Comprar pela Internet, prática que nos
últimos anos vem atraindo a adesão de milhões de consumidores,
destaca-se pela praticidade de escolha dos produtos e pelos descontos e facilidades de pagamento. Mas com o sucesso vem também um grande
número de reclamações de clientes que, de alguma forma, sentiram-se
lesados por estabelecimentos online. Munida do decreto do Governo
Federal 7.692 -
que disciplina o uso da internet no Brasil – a Secretaria
Extraordinária de Defesa do Consumidor, através do Procon Carioca,
iniciou a fiscalização de compras pela internet na cidade.
- Se existe a venda eletrônica, também tem que existir a fiscalização
eletrônica. Por isso, o Procon Carioca passou a fiscalizar
eletronicamente os principais sites de compra coletiva. Nossa ideia é
trabalhar de maneira inovadora na defesa dos direitos do consumidor -
disse a secretária Solange Amaral, acrescentando que os governos devem
estar aptos a lidar com esse tema:
- As pessoas namoram, compram e trabalham pela Internet e a gente
precisa, cada vez mais, preparar os governos para cumprir sua tarefa sob
o ponto de vista eletrônico.
O Brasil totaliza hoje cerca de 80 milhões de pessoas conectadas à
Internet. Espera-se que em 2013 o número de acessos atinja a totalidade
do país, uma vez que o crescimento do número de pessoas conectadas
cresce, por ano, 60%. Já o número de consumidores virtuais no Brasil
atinge a marca de 43 milhões de pessoas, com crescimento de 40% ao ano.
Na primeira etapa de fiscalização, a Secretaria Extraordinária de
Defesa do Consumidor levou em consideração os aspectos de pré-compra
(transparência, clareza nas informações fornecidas ao consumidor e
existência do direito de arrependimento). A partir de agora, serão
levantados os aspectos da pós-venda.
O subsecretário de Defesa do Consumidor, Pablo Cerdeira, deu mais detalhes sobre o trabalho da secretaria:
- Sendo o decreto recente, o fornecedor não tem ciência daquilo que
está lá. E, muitas vezes, isso não se dá por má fé. Nosso primeiro passo
será fiscalizar e notificar para que cumpram o que estamos orientando.
Caso haja resistência, será aberto um processo administrativo, com
autuação e aplicação das penas cabíveis.
Aos consumidores de plantão, dicas importantes: antes de efetuar a
compra em um site, é fundamental que se pesquise a procedência do mesmo
na Internet, buscando-se opiniões e, especialmente, reclamações. Também é
importante verificar se o site cumpre os termos do decreto (fornecendo
telefones e e-mail para contato, número do protocolo de atendimento e
clareza sobre o prazo de entrega). Vale verificar o CNPJ da empresa para
o caso de haver necessidade de se abrir um processo.
Além das compras pela Internet (incluindo as coletivas), o Procon
Carioca atende a reclamações sobre planos de saúde, tempo de espera em
filas de banco e TVs por assinatura. Para entrar em contato com o órgão e
fazer a reclamação, basta ligar para a Central de Atendimento da
Prefeitura do Rio (1746) ou acessar o site www.proconcarioca.org.br
(clicando no link Reclamações On Line).
I Diálogos Procon Carioca, Jornalistas e Comunicadores
Com o objetivo de levar aos profissionais da imprensa o conhecimento do
decreto nº 7.962, a Secretaria Extraordinária de Defesa do Consumidor
promoveu nesta quarta-feira (31/07) a primeira edição do evento
"Diálogos Procon Carioca, Jornalistas e Comunicadores - Privacidade de
Dados e Mercado Digital". O encontro reuniu a secretária Solange Amaral,
o subsecretário Pablo Cerdeira e representantes do departamento
jurídico do Procon-Rio - os advogados Mariana Ferraz e Luiz Fernando
Moncau, além de jornalistas, estudantes de Comunicação e profissionais
da área de informática.
Além das questões voltadas à compra virtual, outro tema bastante
discutido foi o direito à privacidade de dados na Internet. Durante
quatro horas, foram discutidos temas como infraestrutura de rede, coleta
de dados, assimetria de informações, defesa do consumidor e comércio
eletrônico.
Entre os participantes mais entusiasmados estava o aluno de Publicidade
da Universidade Estácio de Sá, Allan Andrade de Moraes, de 30 anos.
Dono de uma empresa de e-commerce (comércio eletrônico), ele classificou
o evento de hoje como "fundamental" para o crescimento de sua loja
virtual:
- Com as informações obtidas aqui pretendo aprimorar meu trabalho e
alavancar a minha empresa. É uma iniciativa importante tanto para o
consumidor quanto para os empresários - disse Allan.
A jornalista Marcella Vieira, do departamento de Comunicação Institucional da Transpetro, destacou a atualidade do tema:
- É um tema urgente, sobretudo por estarmos diante do caso de
espionagem do governo norte-americano. Encontros como esse permitem que
algumas questões, como legislação e termos técnicos, sejam elucidadas.
De acordo com o órgão, a iniciativa será levada a diversas áreas, como educação e a Delegacia do Consumidor.