terça-feira, 4 de agosto de 2015

Novas regras para certificação de colchões

RIO - O Inmetro estabeleceu em portaria novos parâmetros para a certificação de colchões e colchonetes de espuma flexível de poliuretano. De acordo com o órgão, a medida visa impedir que o consumidor adquira produtos ofertados com constituição diferente da real. A prática, considerada enganosa, foi identificada pelo Inmetro no setor, que desde 7 de janeiro deste ano está impedido de vender produtos sem o selo de identificação do instituto.
O objetivo do Inmetro é combater informações imprecisas relativas à densidade, composição e revestimento dos colchões e colchonetes. “A nova portaria exige que fabricantes deixem mais claro os detalhes da constituição de colchões e colchonetes nas etiquetas de identificação e proíbe o uso de quaisquer termos diferentes da sua constituição real. Desta forma, o consumidor não corre o risco de comprar um produto sem saber realmente o que o constitui”, informou o Inmetro, em nota.
A portaria também passa a proibir o uso de colas e adesivos com componentes tóxicos para fixação das faixas, etiquetas ou entre camadas de espuma, no caso dos colchões compostos (com mais de uma composição de espuma).
Após caso Burigotto, alerta em colchões infantis
Uma das mudanças apresentadas pela portaria é a exigência de que colchões a serem utilizados em berços tenham um alerta incluído na embalagem do produto com as dimensões do colchão, para que elas estejam de acordo com as medidas do berço em que será utilizado. O texto deve ser apresentado em letras não inferiores a 20 milímetros de altura, em negrito, caixa alta e em coloração que se destaque da cor de fundo da embalagem.
A nova regra vem após o caso do berço Burigotto, em fevereiro deste ano. Na ocasião, o Inmetro ordenou a retirada do berço modelo Nanna após o relato de uma mãe, em Minas Gerais, que perdeu a bebê de 6 meses asfixiado. A criança morreu sufocada entre o vão da lateral do berço e o colchão.
Em nota, o Inmetro esclarece que a decisão de incluir compulsoriamente o alerta nas embalagens dos colchões infantis foi mais uma ação para ampliar o rigor na segurança infantil, em alinhamento com o regulamento para berços infantis e com o anúncio recall de berços nos Estados Unidos, que ofereciam risco para os bebês.
Prazos para adequação
O processo de certificação compulsória de colchões e colchonetes de espuma flexível de poliuretano começou em 2010, quando, após consulta pública para ouvir a sociedade, o Inmetro publicou a Portaria Inmetro nº 79/2011, que estabelece os requisitos técnicos de Avaliação da Conformidade para a indústria, importadores e comércio. Fabricantes e importadores tiveram 24 a 30 meses para adequar a produção e o varejo 48 meses para escoar o estoque.
A nova portaria estabelece prazos diferenciados entre três a 24 meses para que os fabricantes e importadores se adequem e para que os distribuidores e varejistas comercializem seus estoques. Estabelecimentos que comercializarem produtos fora dos conformes após os prazos estarão sujeitos às penalidades previstas na lei, com apreensão ou multas que variam de R$ 100 a R$ 1,5 milhão.

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