sexta-feira, 15 de abril de 2011

Médicos de convênio protestam e deixam de atender

Consumidores que tentaram consultas em médicos credenciados a convênios não receberam atendimento, ontem, em todo o Brasil. Em forma de protesto, os médicos paralisaram os atendimentos por 24 horas.  Eles reivindicam novos contratos com aumento nos valores do repasse dos honorários e intervenções da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para fiscalizar as emresas e contratos.
A técnica de projetos Bianca de Melo Motta, de 23 anos, tinha uma consulta marcada e confirmada com um neurologista, credenciado a Medial, conforme publicamos na edição de ontem. Porém, a paciente decidiu não ir na consulta. “Liguei para o convênio para saber se eles estavam atendendo normalmente mesmo, mas como ninguém me atendeu. Fiquei com medo de dar com a cara na porta.”
Em carta aberta à população no dia 28 de fevereiro, os médicos divulgaram a paralisação com a data de ontem, o que fez com que muitos pacientes mudassem as datas das consultas e dos exames agendados. Só casos de emergência seriam atendidos. O Procon- SP informou que não teve aumento nas reclamações contra planos de saúde nesta quinta-feira.
Indenização
Mesmo avisando com antecedência, o advogado especialista em direito da saúde Gilberto Bergstein afirma que os pacientes têm direito a recorrer caso tenham sofrido algum tipo de prejuízo, inclusive moral. “O consumidor cumpre a parte dele pagando as mensalidades. Mesmo sendo um protesto necessário, o paciente não pode sair lesado”, afirmou Bergstein.
Segundo o diretor da Associação Médica Brasileira (AMB), Florisval Meinão, nenhum consumidor foi prejudicado. “Prometemos atender apenas urgências, mas outros pacientes também foram atendidos, dependendo do caso”, disse.
Meinão completou dizendo que o objetivo da paralisação foi atingido. “A população está ciente dos nossos problemas. Está do nosso lado”.
Instituições especializadas em defesa do consumidor, como o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste), apoiaram a manifestação, considerando-as legítimas. Mas deixaram claro que nenhum consumidor poderia ser lesado.
De acordo com o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Aloisio Tibiriçá Miranda, algumas operadoras já contataram os médicos para negociar.
Manifestações
Durante todo o dia de ontem, manifestações foram realizadas em vários Estados do país. Cerca de 160 mil médicos aderiram a paralisação.  Só em São Paulo, mais de mil pessoas se reuniram no centro da capital. Eles realizaram uma passeata pacífica com faixas pedindo a atenção das operadoras de convênios de saúde.
fonte: Jornal da Tarde

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